UNI GLOBAL UNION DIVULGA PESQUISA ABRANGENTE SOBRE CONDIÇÕES DE TRABALHO DOS TRABALHADORES DA SEGURANÇA PRIVADA NA SEMANA INTERNACIONAL DA JUSTIÇA
Em observância à Semana Internacional da Justiça, a UNI Global Union divulgou hoje uma extensa pesquisa global destacando as condições de trabalho dos trabalhadores da Segurança Privada. A pesquisa, intitulada “Insegurança no Trabalho de Segurança: Uma Pesquisa Global sobre Condições de Trabalho no Setor de Segurança”, revela que uma grande maioria dos trabalhadores sentem-se mal pagos, inseguros e com necessidade urgente de representação sindical para melhorar as suas condições de trabalho. As conclusões pedem reformas imediatas em todo o setor para garantir ambientes de trabalho seguros e justos, com forte apoio dos sindicatos para defender e proteger os direitos dos trabalhadores de segurança em todo o mundo.
A UNI Global Union representa mais de 20 milhões de trabalhadores de mais de 150 países nos setores social e serviços. A sua missão é construir poder para os trabalhadores em nossos setores através de sindicatos fortes e negociação coletiva eficaz.
“Essas conclusões são um clamor por ação imediata. Os trabalhadores da segurança privada mantem-nos seguros, mas enfrentam perigos diários, discriminação e salários inadequados. A ação dos empregadores já está atrasada. É hora de agirem, elevarem os padrões e garantirem um salário decente e respeito no trabalho”, disse Michala Lafferty, Chefe de Serviços Imobiliários da UNI Global Union. “Os sindicatos desempenham um papel crucial na defesa desses trabalhadores, e é claro que a ação coletiva é essencial para impulsionar o progresso que precisamos”.
Este estudo, conduzido pela Jarrow Insights, reuniu respostas de mais de 11.000 trabalhadores de segurança em 35 países, destacando os problemas urgentes enfrentados por esses trabalhadores essenciais, mas muitas vezes negligenciados.
Principais Conclusões:
Salários baixos e excesso de trabalho:
- Com uma crise global do custo de vida, 57% dos trabalhadores da segurança privada expressaram insatisfação com seu salário.
- Relatos de horas extras forçadas, subpagamento e pagamento irregular são frequentes, exacerbando a pressão financeira sobre os trabalhadores.
Inseguros e Sob Ataque: Discriminação, Assédio e Violência Endêmicos
- Um em cada cinco trabalhadores da segurança privada sente-se “muito inseguro” no trabalho.
- Aproximadamente 50% já sofreram pelo menos uma forma de assédio ou discriminação no trabalho.
- As mulheres enfrentam as taxas mais altas de assédio do que os homens, com muitas relatando sentir-se “muito inseguras”.
- Mais de 85% acreditam que seu empregador deveria fazer mais para protegê-los do assédio e da discriminação.
Não Ouvidos e Desrespeitados: Falta de Apoio dos Empregadores
- Apenas um terço dos trabalhadores sentem-se respeitados pelo empregador ou cliente.
- Metade dos trabalhadores relatam formações inadequadas para garantir a sua segurança no trabalho.
Mais Seguros, Fortes e Satisfeitos Quando Organizados: O Impacto dos Sindicatos
- Num setor amplamente não organizado, 46% dos trabalhadores sindicalizados relatam impactos positivos da filiação sindical nas suas condições de trabalho.
- Os membros do sindicato experimentam melhores salários, condições de trabalho aprimoradas e uma voz mais forte no trabalho.
- Cerca de metade dos trabalhadores não sindicalizados expressam o desejo de se juntar a um sindicato para obter melhores salários e condições.
Em todo o mundo, mais de 20 milhões de trabalhadores da segurança privada desempenham um trabalho perigoso para manter a segurança pública em diversos contextos, de aeroportos a escolas. Apesar do significativo valor econômico do setor, estimado em 350 bilhões de dólares (327 bilhões de euros) anualmente, o trabalho de segurança muitas vezes permanece ingrato, não reconhecido e mal remunerado.
Salários e Condições de Trabalho
Mais da metade dos entrevistados estão insatisfeitos com os seus salários, destacando um claro descompasso entre os salários e a dificuldade e os perigos do trabalho. Os trabalhadores relatam altos níveis de discriminação, assédio e violência, com pouco respeito dos empregadores ou clientes.
Impacto dos Sindicatos
A pesquisa indica que os sindicatos e a negociação coletiva melhoram significativamente as condições de trabalho. Mais de metade dos trabalhadores sindicalizados cobertos por um contrato coletivo de trabalho (CCT) relatam impactos positivos da filiação sindical. Além disso, a filiação sindical e os contratos fortes continuam a ser aspirações para muitos, com metade dos trabalhadores não sindicalizados expressando o desejo de se juntar a um sindicato.
Discriminação Contra Atividades Sindicais
Há relatos generalizados de discriminação contra trabalhadores por atividades sindicais, com alguns países relatando até 80% dos trabalhadores enfrentando retaliação. Apesar desses desafios, muitos trabalhadores veem os sindicatos como uma voz crucial contra o mau tratamento.
Conclusão
Os resultados da pesquisa destacam a necessidade urgente de melhorar os padrões salariais, de segurança e de formação no setor da segurança privada. À medida que os empregadores continuam a falhar, o papel dos sindicatos na defesa de melhores condições torna-se ainda mais crítico.